terça-feira, 14 de dezembro de 2010

"Devemos nos lembrar de Jesus todos os dias, e não “somente no Natal”.

Alguns acham que Jesus foi um revolucionário político; outros um fanático religioso; outros ainda o vêem como um fazedor de milagres; ele seria feminista; igualitário, subversivo, conforme outros. A diversidade não tem fim. “Gregory Boyd”

Há, porém, um ângulo de Jesus sobre o qual todos estão de acordo; Jesus tem de ser, em primeiro lugar, um Jesus desprovido da natureza divina. Seja o que for que se diga a seu respeito, o fato é que ele era um homem como eu e você. Talvez tenha sido um homem extraordinário, talvez tenha tocado em nosso potencial interior como ninguém mais foi capaz de fazê-lo, mas ele não era sobrenatural.

Você concorda com a afirmativa acima ?


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sábado, 11 de dezembro de 2010

EVANGELHOS SINÓTICOS

Os exegetas (tem tarefa de interpretar e dar seu significado) chamam evangelhos sinópticos aos de Mateus, Marcos e Lucas; desde que a exegese começou a ser aplicada à Bíblia ainda no século XVIII que os especialistas se aperceberam que, dos quatro evangelhos, os três primeiros apresentavam grandes semelhanças em si, de tal forma que se colocados em três grelhas paralelas - donde vem o nome sinóptico, do grego συν, "syn" (junto) e οψις, "opsis" (ver) -, os assuntos neles abordados correspondiam quase inteiramente. Por parecer que quase teriam ido beber as suas informações a uma mesma fonte, como os primeiros grandes exegetas eram alemaes, designaram essa fonte por Q, abreviatura de Quelle, que significa precisamente "fonte" em alemão.

Os livros que formam o cânon do Novo Testamento não estão ali por acaso. No primeiro século, no início da igreja, várias circunstâncias daquele tempo fizeram com que fossem necessários critérios de aceitação dos escritos a respeito da vida e obra de Jesus que influenciariam doutrinariamente a igreja recém-nascida. Um dos primeiros e principais critérios da igreja para aceitar um livro como autoridade doutrinária rezava que este deveria ter sido escrito por um apóstolo ou seu discípulo, o que garantia a procedência da doutrina ali ensinada.

Com base neste critério, as primeiras listas dos livros canônicos colocavam os evangelhos na ordem de Mateus, João, Lucas e Marcos; uma vez que os dois primeiros eram apóstolos, então lhes era conferida maior autoridade, e os dois últimos eram discípulos de Paulo e Pedro, respectivamente. Com o passar do tempo e com a percepção da semelhança entre Mateus, Marcos e Lucas, estes três livros passaram e constar na ordem que estão hoje em nossas Bíblias. A tradição ainda conservou Mateus como o primeiro, devido à autoridade apostólica, seguido por Marcos e Lucas, agrupados devido à mesma linha literária, e depois João, que possui um estilo literário distinto dos três primeiros.
Os evangelhos sinóticos estão relacionados um com o outro segundo o seguinte esquema: se o conteúdo de cada evangelho é indexado em 100, então quando se compara esse resultado se obtém: Marcos tem 7 peculiaridades e 93 coincidências. Mateus tem 42 peculiaridades e 58 coincidências. Lucas tem 59 peculiaridades e 41 coincidências. Isso é, 13/14 (treze quatorze avos) de Marcos, 4/7 de Mateus e 2/5 de Lucas descrevem os mesmos eventos em linguagem similar.

Como Jesus é apresentado

“Mateus” – escreveu imediatamente para os judeus e, mediatamente, para uma comunidade gentílica. É o único dos evangelistas bíblicos que apresenta a palavra “Igreja” (ekklessia, no grego. MT 16:18). Sua “teologia da mensagem” versa sobre a “Realeza de Cristo (Messias)”. É o que mais fala no Reino de Deus – particularmente no “Reino dos Céus“, expressão que lhe é peculiar, talvez por um cuidado rabínico em não expressar constantemente o nome de Deus (daí não usar o termo “Reino de Deus”).

“Marcos” – “Marcos” foi o primeiro dos Evangelhos bíblicos escritos, e não “Mateus”. Sabe-se que os livros bíblicos não estão na ordem cronológica de sua composição, mas no caso dos Evangelhos isto não era verdade. Marcos é o menor dos evangelhos (em termos de quantidade de texto) e também traz como tema central o messianismo de Jesus. Contudo, por causa de características peculiares ao seu relato – em que mostra um estilo prático no conteúdo e na forma -, afirma-se que o Evangelho é o que enfatiza o “Messias-Servo de Deus”.

“Lucas” – o evangelho que leva o nome de um dos maiores colaboradores do apóstolo Paulo é o único que tem o destinatário especificado, “Teófilo” (Lc 1:1.4). Lucas, como os demais sinóticos e o Evangelho de João também enfatiza o messianismo de Jesus, com a particularidade de evidenciar o aspecto humano deste. É o Evangelho em que mais se vê a expressão “Filho do Homem” e é o único em que a genealogia de Jesus retroage até o primeiro homem, Adão. Isto pode denotar a ideia de que Lucas, que era grego, queria ressaltar que Jesus Cristo, antes de ser “Filho de Davi” ou “Filho de Abrão” – expressões que carregam uma forte conotação etnocêntrica -, era o “Filho do Homem”, com uma ligação com toda a humanidade.

“João” – não é considerado um sinótico com os demais, pois não é semelhante aos mesmos. João é, na verdade, 93% diferente dos Evangelhos sinóticos. Isto se dá pela ênfase do relato joanino, que, como os demais, também enfatiza o aspecto messiânico de Jesus. Contudo, João escreve o Evangelho que leva seu nome de uma maneira mais peculiar: estão evidenciadas no relato os discursos de Jesus que o ligam à divinidade, ou seja, àqueles que revelam que Jesus era Deus. Os discursos “Eu Sou…” de Jesus, exclusivos de João, consolidam esta idéia. Neste Evangelho Jesus é, por exemplo, “o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo14:6), aliando-se especialmente à divindade. O “prólogo” joanino é um dos mais conhecidos de toda a literatura bíblica (“No princípio era a Palavra (Verbo), e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus” (Jo 1:2). Uma cristologia apurada já pode ser observada neste texto, no qual o autor (João) liga Jesus (“a Palavra”) a Deus, sem confundi-lo com Deus Pai. Assim, Jesus está com Deus e é Deus, corroborando o tradicional e ortodoxo dogma da divindade e humanidade de Jesus.

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Que Deus o(a) abençoe!!!




EVANGELHO DE MATEUS

Nos tempos de Jesus, o governo romano coletava diversos impostos do povo palestino. Pedágios pra transportar mercadorias por terra ou por mar eram recolhidos por coletores particulares, os quais pagavam uma taxa ao governo romano pelo direito de avaliar esses tributos. Os cobradores de impostos auferiam lucros cobrando um imposto mais alto do que a lei permitia. Os coletores licenciados muitas vezes contratavam oficiais de menor categoria, chamados de publicanos, para efetuar o verdadeiro trabalho de coletar. Os publicanos recebiam seus próprios salários cobrando uma fração a mais do que seu empregador exigia. O discípulo Mateus era um desses publicanos; ele coletava pedágio na estrada entre Damasco e Aco; sua tenda estava localizada fora da cidade de Cafarnaum, o que lhe dava a oportunidade de, também, cobrar impostos dos pescadores.

O Evangelho de Mateus diz-nos que Jesus se aproximou deste improvável discípulo quando ele esta sentado em sua coletoria. Jesus simplesmente ordenou a Mateus: "Segue-me!" Ele deixou o trabalho pra seguir o Mestre (Mt 9.9). Evidentemente, Mateus era um homem rico, porque ele deu um banquete em sua própria casa. "E numerosos publicanos e outros estavam com eles à mesa" (Lc 5.29). O simples fato de Mateus possuir casa própria indica que era mais rico do que o publicano típico.

Por causa da natureza de seu trabalho, temos certeza que Mateus sabia ler e escrever. Os documentos de papiro, relacionados com impostos, datados de cerca de 100 dC, indicam que os publicanos eram muito eficientes em matéria de cálculos.

Mateus pode ter tido algum grau de parentesco com o discípulo Tiago, visto que se diz de cada um deles ser "filho de Alfeu" (Mt 10.3; Mc 2.14). Às vezes Lucas usa o nome Levi para referir-se a Mateus (Lc 5.27-29). Daí alguns estudiosos crerem que o nome de Mateus era Levi antes de se decidir-se a seguir a Jesus, e que Jesus lhe deu um novo nome, que significa "dádiva de Deus". Outros sugerem que Mateus era membro da tribo sacerdotal de Levi.

De todos os evangelhos, o de Mateus tem sido provavelmente, o de maior influência. A literatura cristã do segundo século faz mais citações do Evangelho de Mateus do que de qualquer outro. Os pais da igreja colocaram o Evangelho de Mateus no começo do cânon do NT provavelmente por causa do significado que lhes atribuíam. O relato de Mateus destaca Jesus como o cumprimento das profecias do AT. Acentua que Jesus era o Messias prometido.

O Evangelho Segundo Mateus, comumente abreviado para o Evangelho de Mateus, é um dos quatro evangelhos canônicos e é o primeiro livro do Novo Testamento. Este sinótico (junto com o Evangelho de Marcos e o Evangelho de Lucas) é um relato da vida, ministério, morte e ressurreição de Jesus de Nazaré.

O Evangelho de Mateus está muito alinhado com o judaísmo do primeiro século, e tem sido associado aos evangelhos judaico-cristãos; ressalta como Jesus cumpriu as profecias judaicas. Alguns detalhes da vida de Jesus, de sua infância, em particular, estão relacionados somente em Mateus. Seu evangelho é o único a mencionar a Igreja. Mateus também enfatiza a obediência e a preservação da lei bíblica. Uma vez que este evangelho tem prosa ritmada e muitas vezes poética, que ele é adequado para a leitura pública, tornando-se uma escolha popular litúrgica.

O Evangelho de Mateus pode ser dividido em cinco seções distintas: o Sermão da Montanha (cap. 5-7), as Instruções para a missão aos doze apóstolos (cap. 10), as três parábolas (cap. 13), instruções para a comunidade (cap. 18), o Sermão do Monte das Oliveiras (cap. 24-25).

Os Evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas (conhecidos como os Evangelhos Sinóticos) incluem muitos dos mesmos episódios, muitas vezes, na mesma seqüência, e às vezes até na mesma formulação. A relação do Evangelho de Mateus com o de Marcos e o de Lucas é uma questão em aberto conhecida como o problema sinótico.

O Evangelho de Mateus contém cerca de 612 versículos dos 662 versículos do Evangelho de Marcos, e principalmente em exatamente a mesma ordem. Mateus, no entanto, muito frequentemente remove ou modifica a partir de frases redundantes ou palavras incomuns de Marcos e modifica as passagens do evangelho de Marcos que possam colocar Jesus em uma luz negativa (por exemplo, remover o comentário altamente crítico que Jesus "está fora de sua mente" em Marcos 3:21, removendo "não te importas" de Marcos 4:38, etc.).

Depois da morte e ressurreição de Jesus, os apóstolos espalharam-se pelo mundo e Mateus foi para a Arábia e a Pérsia para evangelizar aqueles povos. Porém foi vítima de uma grande perseguição por parte dos sacerdotes locais, que mandaram arrancar-lhe os olhos e o encarceraram para depois ser sacrificado aos deuses. Mas Deus não o abandonou e mandou um anjo que curou seus olhos e o libertou. Mateus seguiu, então, para a Etiópia, onde mais uma vez foi perseguido por feiticeiros que se opunham à evangelização. Porém o príncipe herdeiro morreu e Mateus foi chamado ao palácio. Por uma graça divina fez o filho da rainha Candece ressuscitar, causando grande espanto e admiração entre os presentes. Com esse ato, Mateus conseguiu converter grande parte da população. Na época, a Igreja da Etiópia passou a ser uma das mais ativas e florescentes dos tempos apostólicos.  Mateus morreu por ordem do rei Hirtaco, sobrinho do rei Egipo, no altar da igreja em que celebrava o santo ofício. Isso aconteceu porque não intercedeu em favor do pedido de casamento feito pelo monarca, e recusado pela jovem Efigênia, que havia decidido consagrar-se a Jesus. Inconformado com a atitude do santo homem, Hitarco mandou que seus soldados o executassem.

EVANGELHO DE MARCOS


Marcos Evangelista é o nome tradicional do autor de um dos Evangelhos. A tradição o identifica com João Marcos, mencionado como companheiro de Paulo nos Atos dos Apóstolos, e que posteriormente teria se tornado um discípulo de Pedro. Como é em geral reconhecido, o Evangelho segundo Marcos foi o primeiro entre os evangelhos canônicos a ser escrito, por volta do ano de 70 d.C., ano da destruição do Templo pelos Romanos. Dos sinópticos, é o mais simples e o menor, sendo igualmente aquele que será provavelmente o mais antigo, servindo de uma possível fonte para os demais evangelistas, embora contenha 31 versículos a mais, relativos a outros milagres não relatados nos outros evangelhos.

Marcos escreveu seu Evangelho para os cristãos gentios, enfatizando as palavras e ações do Salvador, que revelam seu poder divino. Muitos aspectos do seu estilo podem ser explicados por sua proximidade com Pedro. Os escritores antigos dizem que o Evangelho de Marcos é um registro sucinto da pregação de Pedro, gozando da sua íntima amizade, e auxiliando-o como seu intérprete ou secretário.

Como em nenhum lugar deste evangelho se menciona o nome do seu autor, trata-se, tecnicamente, de uma obra anônima. Entretanto, existem elementos extra-bíblicos, além de evidências internas, suficientes para apontar como seu autor Marcos, ou João Marcos como era conhecido. João Marcos teria sido primo de Barnabé (Cl 4,10), de família levita (At 4,36).
Há dúvidas se Marcos conheceu Jesus pessoalmente. Alguns pensam que seria Marcos o jovem que "fugiu nu" de Mc 14,52 (pois só Marcos narra este episódio). Existe também a hipótese que tenha sido na casa da mãe de João Marcos, em Jerusalém, que Jesus celebrou a última Ceia (14,12-31), já que era um local de oração e acolhida, pois foi para esta casa que Pedro se dirigiu ao ser libertado da prisão (At 12,12).

Após a Ascensão do Senhor, a casa de sua mãe Maria se tornou um lugar onde os cristãos se reuniam, e um local de alojamento para alguns dos apóstolos (At 12:12). Marcos foi um companheiro muito próximo dos Apóstolos Pedro, Paulo e Barnabé. Foi a Selêucia, com Paulo e Barnabé, e de lá partiu para a ilha de Chipre, e atravessou toda a ilha, de leste a oeste. Na cidade de Paphos, Marcos testemunhou a cegueira que Paulo fez cair sobre o feiticeiro Elimas (At 13:6-12). Depois de trabalhar com o Apóstolo Paulo, Marcos retornou a Jerusalém indo depois foi para Roma com o apóstolo Pedro. De lá, partiu para o Egito, onde fundou uma igreja local. Marcos conheceu Paulo em Antioquia. De lá ele foi com Barnabé para Chipre, indo depois ao Egito novamente, onde ele com São Pedro fundaram muitas igrejas. Foi depois então para a Babilônia e, desta cidade foi que o apóstolo Pedro enviou uma epístola aos cristãos da Ásia Menor, na qual chama Marcos de seu filho (1 Pd 5,13).

 Quando o apóstolo Paulo chegou a Roma acorrentado, Marcos estava em Éfeso, onde Timóteo foi bispo. Marcos foi com ele para Roma e, de lá foi que escreveu seu Evangelho. De Roma Marcos viajou para o Egito. Em Alexandria, iniciou uma escola cristã que, mais tarde, produziu sacerdotes notáveis e mestres da Igreja, como Clemente de Alexandria, Dionísio de Alexandria, Gregório Taumaturgo  e outros. Zeloso dos serviços da Igreja, Marcos compôs uma liturgia para os cristãos de Alexandria. pregou o Evangelho nas regiões do interior da África, quando esteve na Líbia, em Nektopolis. Durante essas viagens, Marcos foi inspirado pelo Espírito Santo a ir novamente para Alexandria e enfrentar os pagãos. Lá, ele visitou a casa de Ananias e curou uma de suas mãos aleijada. O dignitário ouviu suas palavras e, cheio de júbilo, recebeu o Batismo. Seguindo o exemplo de Ananias, muitos dos habitantes daquela parte da cidade foram batizados.

Isso despertou a inimizade dos pagãos que queriam matar Marcos. Quando soube disso, Marcos fez de Ananias bispo, e os três cristãos, Malchos, Sabinos e Kerdinos foram ordenados presbíteros para que a igreja pudesse contar com líderes após a sua morte. Os pagãos aprisionaram Marcos enquanto celebrava a Liturgia. Eles o espancaram, arrastaram-no pelas ruas e jogaram-no depois na prisão. A Marcos foi concedida uma visão do próprio Senhor Jesus Cristo que o fortaleceu antes de suas torturas. No dia seguinte, a multidão enfurecida arrastou novamente pelas ruas, e ao longo do caminho, diante do tribunal, Marcos entregou seu espírito a Deus, dizendo: «Em tuas mãos, ó Senhor, eu entrego meu espírito». Os pagãos quiseram queimar o corpo do santo, mas quando acenderam o fogo, tudo escureceu, ouvia-se trovões e terra tremeu. Os pagãos fugiram aterrorizados, e os cristãos levaram o corpo de  Marcos para sepultar em uma cripta de pedra.


EVANGELHO DE LUCAS

Lucas era um discípulo dedicado e demonstrou grande interesse pela formação e pelo desenvolvimento da Igreja. Embora pouco se saiba sobre o passado de Lucas, descobre-se muitas coisas sobre seus interesses e preocupações quando se lê os dois livros do NT de sua autoria - o Evangelho de Lucas e o livro de Atos. Os dois juntos constituem cerca de 27% do Novo Testamento. Certamente a perspectiva de Lucas sobre a vida de Cristo e a origem do cristianismo é extremamente importante para a boa compreensão da mensagem do NT. Deve-se prestar uma atenção especial ao prefácio do evangelho de Lucas (Lc 1.1-4).
Em outras palavras, Lucas tencionava apresentar um relato das origens históricas do cristianismo que tivesse um elevado grau de credibilidade. Desta maneira, deu cuidadosa atenção à confiabilidade histórica e é considerado o historiador por excelência do Novo Testamento. Deixou claro que o cristianismo deve ser compreendido contra o pano de fundo tanto da história judaica como romana (Lc 2.1; 3.1,2). Em seu evangelho, fez vívidas descrições de Zacarias, Maria, Isabel, Ana, Herodes Antipas, o centurião romano presente na cena da crucificação e o lamento das mulheres de Jerusalém.
Essa maneira leve de apresentação não estava limitada apenas à narrativa histórica. Era evidente também nas parábolas contadas por Jesus. A maioria das narrativas mais conhecidas chegaram a nós por meio de Lucas: "o rico insensato" (Lc 12.16-21), "a   figueira estéril" (13.6-9), "a grande ceia" (14.16-24), "o mordomo infiel" (16.1-9) e "os servos inúteis" (17.1-10). Alguns exemplos encontrados exclusivamente em Lucas são inesquecíveis, como as parábolas do "bom samaritano" e do "filho pródigo" (10.25-37; 15.11-32). Lucas era um poderoso comunicador e seus relatos de acontecimentos arrepiantes, livramentos no meio da noite, intervenções sobrenaturais e memoráveis fugas da prisão tornam a leitura cativante. Usa uma
variedade de materiais, como registros históricos,  tradições orais, parábolas, pregações de antigos cristãos e lembranças de testemunhas oculares para compartilhar sua mensagem sobre Cristo e o surgimento da comunidade cristã. Fez isto de maneira tão atraente que seu evangelho é considerado por alguns eruditos como "o mais belo livro do mundo".
Louvor
 O uso do louvor e dos cânticos espirituais Intimamente relacionado com o talento artístico de Lucas está no uso que fazia dos hinos. Em seus escritos, registrou as origens da hinologia na Igreja primitiva. Seu relato da natividade é particularmente rico, pois nos dá a "canção de Maria" (Lc 1.46-55), a "canção de Zacarias" (Lc 1.68-79), a "canção das hostes angelicais" (Lc 2.14) e a "canção de Simeão" (Lc 2.28-32). O louvor a Deus era claramente importante para Lucas e é um aspecto proeminente no seu evangelho.
A ênfase de Lucas na alegria, o anjo que anunciou o nascimento de João Batista disse que ele seria motivo de "prazer e alegria" para seus pais e muitas pessoas se alegrariam no seu nascimento (Lc 1.14). Da mesma maneira, o anjo que anunciou o nascimento de Jesus disse: "Eu vos trago novas de grande alegria, que o será para todo o povo" (Lc 2.10). O advento de Cristo como Salvador e Senhor foi associado à alegria. Este tema repete-se por todo o seu evangelho e no livro de Atos (Lc 8.13; 10.17,21; 24.41,52; At 13.52; 15.3). É impressionante como freqüentemente ele usa o verbo "alegrar-se", para descrever a diferença que Jesus fazia na vida de seus seguidores (Lc 6.23; 10.20; 13.17; 15.5,32; 19.6). Lucas acreditava que a fé cristã tencionava trazer não somente o perdão dos pecados, mas também a alegria e o regozijo à vida diária. A condição necessária para alcançar isto era o arrependimento - uma tristeza genuína pelo pecado e uma volta honesta para Deus, em busca do perdão e purificação (Lc 13.3,5). Portanto, não é de surpreender que Lucas citasse as palavras de Jesus na conclusão da parábola da ovelha perdida: "Digo-vos que do mesmo jeito haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento" (Lc 15.7).
Oração
 A ênfase de Lucas na oração Lucas é chamado de "o evangelista da oração". Embora todos os evangelhos revelem Jesus como um homem de oração e afirmem a função que ela exerce, Lucas demonstra com maior ênfase a importância da oração na vida de Cristo e na Igreja cristã. Isso fica claro tanto no rico vocabulário empregado para a oração, como pelo grande número de incidentes que envolvem as súplicas registradas em seu evangelho. No evangelho de Lucas, Jesus orou em cada decisão importante e em todo momento decisivo de sua vida. Orou no batismo (Lc 3.21), antes de escolher os discípulos (6.12), em Cesaréia de Filipe (9.18), no monte da Transfiguração (9.28,29), no jardim do Getsêmani (22.39-46) e na cruz (23.34,46). Lucas apresenta o ensino de Jesus sobre oração na "Oração-Modelo" (Lc 11.1-4) e também inclui  várias parábolas sobre o assunto (Lc 11.5-8; 18.1-14). Jesus foi transfigurado, enquanto orava (Lc 9.29), e Lucas ensinou aos discípulos cristãos que a oração faria uma grande diferença também em suas vidas. Esta dimensão fica clara em seu relato sobre o jardim Getsêmani, onde menciona a admoestação de Jesus aos discípulos para que orassem; a oração é colocada como o meio divinamente estabelecido para escapar de "cair em tentação" (Lc 22.40,46). Lucas mantém seu interesse pela oração,
O Evangelho de Lucas tem sido chamado "o Evangelho das Nações, cheio de compaixão e esperança, asseguradas ao mundo pelo amor de um Salvador sofredor;" "o Evangelho da vida santa;" "o Evangelho para os gregos; o Evangelho do futuro; o Evangelho da cristandade progressista, da universalidade e graciosidade do evangelho; o Evangelho histórico; o Evangelho de Jesus como o bom médico e o Salvador da humanidade;" o "Evangelho da Fraternidade de Deus e da irmandade do Homem;" "o Evangelho da condição feminina;" "o Evangelho dos desfavorecidos, dos samaritanos, dos publicanos, das prostituídas e dos pródigos;" "o Evangelho da tolerância."